sábado, 17 de abril de 2010

No lugar de um botão...

Vida? O que guardas nesta caixinha?
_Um botão.
Quem te deu esse botão?
_O tempo.

O tempo lhe deu um botão?
Que benção o tempo trouxe para ti.
Objeto de sorte.
Matéria concreta que não têm vida.

Fora criado com uma função
enorme vantagem por ser assim...
Não tem coração, não tem sentimentos.

Quem te criou, quem te inventou?
Já não importa. Agora és meu.
Daqui em diante ficarás comigo.
Darei-te importância, até quando fores útil.

Sei bem para o que tu serves, mas quero que fiques ali.
Dentro daquela caixinha, garantindo que tu não se perca.
Garantia de tê-lo só para mim.

Não percebes a vantagem de ser botão?
Não tem coração, não tem sentimentos.
Usu-te e não me fazes cobranças... Houve-me e não se aborrece.
Guardo-te e você nunca me abandona.

Botões obedecem sem questionar Inteligentes ... Descrevem os versos deste poema sem reclamar.
Bem quiseras que tu botão, objeto concreto, fosse este triste coração que nunca se satisfaz e sempre anseia em receber mais.


Botão matéria concreta...Traga-me de volta à vida.
Te peço que não permita que eu ocupe o seu lugar dentro daquela caixinha.


Ensaios de poesia